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terça-feira, junho 30, 2009

Hai Kai de fim de noite

Como é que alguém vai encontrar
o que almeja da vida
se a mente esquecida não for buscar

domingo, junho 28, 2009

Tributo ao David Bowie


O sujeito morre e vira santo. Cansei de assistir, embora tenha procurado evitar, a overdose de mídia em torno do falecido Michael Jackson.
Assim, decidi fazer um rápido tributo a um outro artista, ainda vivo.
David Bowie (nascido David Jones) é criativo, corajoso, multifacetado, tem uma voz fantástica, um estilo absolutamente único e, quando não pode oferecer algo um passo a frente do seu tempo, fica calado.
Um tipo que, até onde pude acompanhar, soube envelhecer.
Além de músico performático, atuou em vários filmes.
Eu recomendo um, pela atuação, pela história e pelas músicas: Labirinto.
É genial, permeado de filosofia e boas músicas. Foi de lá que tirei a representação visual do Ludo (meu neurônio lúdico).
Esse cara merece ser lembrado, mesmo vivo.

Trabalho duro



Há momentos em que eu realmente gosto do meu trabalho ...

(Consulting House - Presidents Meeting - Ponta dos Ganchos SC)

quinta-feira, junho 25, 2009

Politeísmo


Não sei porque e idéia de um deus único ganhou o mundo.
A praticidade do politeísmo é evidente.
Poder contar com um deus especializado para cada necessidade é útil em muitos aspectos. O principal deles é, provavelmente, a flexibilidade.
Se tomamos e exemplo da Grécia Antiga, quando acometidos de um arroubo de paixão poderíamos pedir a proteção e orientação de Afrodite. Consumidos de raiva por alguém pedimos o auxílio de Ares. E aí, consumamos nossos desejos e paixões com a graça dos deuses.
E se, por acaso, desejamos resistir aos impulsos mais primitivos e agir com "sabedoria", Atena está aí para isso.
Um deus único não nos dá essa possibilidade.
Obrigado, por nossa concepção, a cumprir todos os papeis, ele não permite nada.
Não importa o que façamos .... vamos estar sempre devendo alguma coisa.
Daí essa eterna sensação de culpa.
E, meus amigos, não se enganem.
O inferno, meus caros, é a culpa.

quarta-feira, junho 24, 2009

Está bom para um dia ?

- uma namorada apaixonada
- um amigo se desdobrando em gentilezas
- um filho para lá de entusiasmado
- um trabalho complicado caminhando da melhor forma possível
- um computador novo (netbook)
- um prato (ou dois) de massa com um molho maluco, mas delicioso
- um final de noite tranquilo

(ok, pulei as partes ruins, mas elas não importam mesmo ...)

Tudo que você precisa

- tudo que você precisa para beijar, está bem debaixo do seu nariz
- o que você necessita para acariciar, está em suas mãos
- o que precisa para acolher, está em seus braços
- e o que você precisa para amar, está diante de você ...

terça-feira, junho 23, 2009

My Space

Então o MySpace vai fechar no Brasil ... Aliás, na América Latina.
Isso não quer dizer que o MySpace vá deixar de existir. Nesse mundo da Internet você não precisa estar geograficamente instalado num local para existir.
Fosse assim, o Tapadinhas lá em Lisboa, Anne em Porto Alegre ou a Rosimeire em Toronto não poderiam frequentar o Arguta Café.
Significa, isso sim, que é difícil ganhar dinheiro oferecendo serviços gratuítos na Internet.
Esse é um viés decorrente do fato da Internet ainda ser pensada como Mídia e pautar seu valor pelo número de acessos ou de visitantes (equivalente à audiência ou leitores).
Quem busca o Eldorado (a lendária cidade Maia feita de ouro) na Internet quase sempre gasta tudo na expedição e se dá mal.
É uma analogia interessante ...
Imagine uma expedição portugueses no Brasil recém descoberto. Chegam num continente tropical, de rica fauna e fina flora, clima ameno, gente pelada e feliz.
Ignoram tudo isso e partem numa expedição em busca de ouro.
Uns poucos, de fato, encontram e, desses, um pequeno punhado sobrevive.
Vários morrem pelo caminho.
Mas as melhores histórias são as dos bandeirantes que, seduzidos pela beleza da terra, fundaram cidades, casaram com índias gostosas e viveram felizes para sempre.
A Internet ainda está sendo explorada...
Mas eu já fundei minha pequena cidade.

domingo, junho 21, 2009

Afinal, quem é que manda aqui ?

Queria casar pelado num campo de flores, mas com essa barriguinha não vai dar ...
A imagem do casamento "in natura" veio de uma frase que acabei de escutar, enquanto começava a escrever, no seriado Grey's Anatomy da Sony (uma série gostosa de assistir), secundado por um comercial de perfume estrelado pelo Banderas (que não tem problemas bálicos*).
E o tema da postagem foi inspirado por outra postagem do Rodrigo (Dysfemismo) que anda num salutar rompante escrivinhatório.
A questão é que decidir por sí é muito difícil.
A quantidade de gente dedicada a interferir voluntariamente em nossos processos de decisão é grande (Rodrigo menciona médicos e jornalistas na sua postagem).
E ainda fazemos o favor de interiorizar outros tantos, construindo um "tirano" interno que nos diz o que podemos e devemos, e o que não podemos nem devemos.
É mais fácil (e parece mais "certo") sucumbir às autoridades externas, principalmente quando introjetadas (quando as colocamos para dentro de nós).
Fazer o que é "certo" e não fazer o que é "errado" é uma forma mágica de obter o salvo conduto da "não responsabilidade". Confortável, durante boa parte das nossas vidas.
Mas pode acontecer de um dia a gente achar que viver de acordo com as regras dos outros não é suficiente.
Pior ... pode acontecer de um dia a gente se dar conta que não foi suficiente, e aí não vai dar para voltar atrás.
E não adianta acordar amanhã e decidir fazer tudo de "errado" que lhe vier à cabeça. Isso a psicologia chamaria de contra-controle. Dá na mesma.
Só tem uma solução para isso: introspecção homeopática (conversar um pouco com você mesmo (a) todos os dias).
E, se puder e quiser, um bom psicanalista pode ajudar quando a coisa "empaca".
Conhecer-se é o melhor investimento de tempo que podemos fazer.



(bálico: relativo à barriga, adjetivo que acabo de inventar por falta de vocabulário e preguiça de pesquisar)

sábado, junho 20, 2009

sexta-feira, junho 19, 2009

Como era gostoso o meu francês ...


Eis que estamos esperando o carro após um delicioso jantar no Le Vin, um simpático bistrô na Alameda Tietê quando percebemos um pequeno espaço, ao lado da entrada principal do restaurante, entitulado "Patisserie".
O vinho sempre nos deixa mais relaxadamente curiosos, e nos perguntamos qual seria, afinal, a diferença entre Rotisserie e Patisserie. Enquanto discutíamos as possibilidades, quase concluindo que uma rotisserie deveria vender massas e uma patissirie algo como pães e doces, avistamos, do outro lado da rua, uma Boulangerie, também do Le Vin. O francês não deu para tanto (e que as frequentadoras do Arguta que falam francês - pelo menos duas que eu sei - me perdoem a ignorância), mas a internet está aí para isso.
Uma rápida pesquisa ao chegar em casa, permitiu-nos descobrir que:
Boulangerie é equivalente a padaria.
Patisserie é o mesmo que doceria.
Rotisserie é um lugar onde se vende carne ou frango assado (supresa, nada de massa).
Entre esses delicados nomes franceses que escondem deliciosas comidas, prefiro mesmo as Lingeries ....

Quanto vale um diploma ?


Publicado no Estadão On-line : o Diploma de Doutorado do Einstein foi leiloado por R$ 500 mil.
O documento foi expedido pelo Departamento de Matemática e Ciências Naturais da Universidade de Zurique, em 1906.
Faz sentido. Nessa época os diplomas valiam alguma coisa.
Hoje o cidadão estuda 18 anos consecutivos para conseguir um diploma de pós-graduação e não consegue emprego.
Bem, se for alemão e cabeludo, formado em Zurique, e colocar a língua de fora, pode ser que não arranje emprego mas não volta para Alemanha sem uma esposa brasileira. Claro que, para isso, não precisaria do diploma e do cabelo.
Por outro lado, tenho um amigo carioca, também com título de doutor, que se diverte muito dando aulas de forró em bares de Paris. E ganha mais do que ganharia por aqui.
Assim fica dificil convencer a garotada a estudar.
Vou vender o meu diploma e aprender a dançar.

quinta-feira, junho 18, 2009

A beleza do cerrado no verão


Entre a floresta e o deserto, fico com a beleza do cerrado no verão ...

* complementando a postagem anterior.

(foto: www.viajandaunblog.com)

Top Model


Curiosa essa obsessão das mulheres pela beleza padronizada.
Bem que a Ti costuma afirmar, do alto de seu pragmatismo compacto, que mulheres se produzem para mulheres.
Eu nunca me senti atraido pelas mulheres que se consideram lindas. Só pelas que eu considero lindas, e a superposição dos conjuntos tende a ser vazia.
Mas engraçadas mesmo são as "verdades" sobre os padrões de beleza.
Só para citar duas manias femininas, alisar os cabelos e depilar a virilha, me pergunto de onde é que tiraram que os homens realmente gostam disso ?
Sexy é uma mulher displicentemente despenteada.
E essa coisa que ficou conhecida como a "depilação brasileira" (teve gente que ganhou uma grana nos EUA com isso), era tida como erótica quando só as garotas de programa faziam isso e, portanto, indicavam uma atitude "bad girl".
Hoje as bad girls não se depilam.
Na minha não tão grande experiência com o público feminino, na maioria das vezes em que uma mulher decidiu se produzir para me agradar errou feio (ok, a amostra é pequena, confesso).
Não estou sugerindo que as mulheres sejam descuidadas. Longe disso.
E tampouco afirmando que não devem se vestir e se produzir como se sintam melhor.
Mas se o objetivo for agradar o público masculino, há que se rever o conceito de beleza.
É como diz aquela velha piada ...
Entre uma ruiva "mingnon", uma loira de seios grandes, uma morena curvilínea e uma gordinha simpática de óculos, o homem escolhe a que estiver pensando em sexo.
(foto: finalistas do Next Top Model da Alemanha - site Kimindas)

quarta-feira, junho 17, 2009

Para o dia ...

"... como habla López Quintás entre la diferencia del encuentro y el encontronazo... "

(comentário de Luisa Hinojosa lá no Estetikos)

terça-feira, junho 16, 2009

Posição relativa


Quando meus filhos eram pequenos, uma das brincadeiras que fazia com eles era a de afirmar que eu era vice-campeão de qualquer coisa que fosse o assunto do momento.
Depois, um pouco mais velho, um deles me perguntou por que eu dizia ser vice-campeão ao invés de campeão.
Porque é mais crível, respondi.
Eis que, em um momento de 2005, encontrei-me em um hotel que ostentava em sua entrada, com muito orgulho, um cartaz iluminado indicando haver sido escolhido como terceiro melhor hotel do Brasil por uma famosa revista.
Posto confortabilíssimo. O Brasil é imenso e repleto de excelentes hotéis. A diferença entre o primeiro e o terceiro deve ser, supostamente, mínima. Mas o terceiro pode cometer alguns erros (afinal, não é o infalível número um ).
No primeiro dia de permanência no hotel, após uma longa e cansativa viagem que terminara na noite anterior, fomos acordados as 8h40 da manhã pelo barulho de uma furadeira elétrica. Estavam reformando ou consertando um quarto no andar acima do nosso. Liguei para a recepção sugerindo que esse tipo de serviço fosse deixado para após as 10h00 da manhã, para preservar o direito de descanso dos hóspedes. A moça da recepção, consternada, desculpou-se adequadamente e garantiu que isso não voltaria a ocorrer.
Uma vez acordados, fomos para o café da manhã. Seguramente não foi o terceiro melhor café da manhã que já tomei. Aliás, o café em si estava horrível. Ao final de cada xícara, quando se fechava a torneira do recipiente de aço inox onde jazia o café, uma borra acinzentada e de aspecto desagradabilíssimo teimava em escorrer para dentro da xícara.
Na piscina, o queijo provolone teria sido mais elegante se servido sem os pedaços de casca.
De volta ao quarto, já arrumado, faltavam as toalhas de banho. Imperdoável atraso da lavanderia, defendeu-se a camareira, também consternada e gentil.
Teria sido mais fácil jogar tênis na excelente quadra do hotel caso houvessem bolas de tênis disponíveis. Não havia, mas a recepcionista, novamente consternada, prontamente ofereceu-se para guarnecer o estoque da loja do hotel. Tivemos que aguardar 30 minutos e pagar R$ 50 pelas bolinhas.
E por último, resolvendo almoçar às 16hs (ok, isso lá é hora de almoçar ?) encontramos todos os restaurantes do hotel fechados.
A lanchonete até que não era ruim mas os saches de maionese estavam vencidos (coisa que só descobrimos depois que eu já havia comido um).
Claro que me dirigi à recepção novamente. Comentei, inclusive, que eles eram muito simpáticos, mas que aparentemente eu estava dando azar. Fiz um rápido resumo dos acontecimentos, finalizando com o caso da maionese vencida.
A recepcionista ficou consternada, pela terceira vez, e prometeu tomar providências.
Talvez seja a terceira recepcionista mais consternada do Brasil.

(reedição de uma postagem que fiz em dezembro de 2005 - se a TV a cabo pode, porque não eu ?)

O bom e velho Álvaro

Vou dormir lembrando do velho amigo Alvaro (ex-diretor de mkt, lá de Jundiaí) que costumava afirmar jocosamente: "perdidos os objetivos, redobraremos os esforços".
Me ocorre que pensamos demais em busca de respostas, quando deveríamos é rever as perguntas.

segunda-feira, junho 15, 2009

Pensamento das 00h42

A gente nunca sabe bem porque começa a amar alguém,
mas quase sempre sabe porque deixa de amar ...

(inspirado por uma postagem da Bia Maia)

domingo, junho 14, 2009

Reflexão reflexiva (ou meta-reflexão)

Não é que o frio me deixe mais reflexivo. Creio que isso não é possível. Mas certamente reduz a motricidade e, logo, gera um desbalanço na proporção entre reflexão e ação à qual estou habituado.
Enquanto respondia aos comentários da postagem anterior me ocorreu (não pela primeira vez) que penso demais.
E como é que caracterizo "demais" ?
Pensar demais é pensar naqueles momentos em que a gente não deveria (ou não precisaria) pensar.
Ainda me parece melhor do que não pensar quando deveríamos, mas não deixa de ser aborrecido.
Aliás, estou aqui pensando porque é que resolvi fazer essa postagem ...

sábado, junho 13, 2009

Pensamento matinal

A vida é a soma das verdades de cada instante.

(inspirado pela postagem da Flavia Brito)

Sugestão para o próximo dia dos namorados

Quem frequenta o Arguta Café sabe que eu tenho uma certa birra com relação às datas comerciais.
O dia dos namorados não escapa da minha implicância. Mas já passou.
Então, aproveito para fazer uma sugestão para quem faz questão de eleger um dia especial para celebrar seu namoro...
Escolha um dia, qualquer um. Quanto mais inesperado, melhor.
E dedique esse dia ao seu (sua) namorado (a), com uma única condição: não é para ser recíproco.
Nesse dia, você vai cuidar da pessoa amada. Se você realmente souber do que ela gosta, pode preparar alguma surpresa. Se não tiver certeza, pergunte, e se comprometa a atender todos os desejos.
Vai ser um dia muito especial para os dois, pode apostar.
Agora, se você não faz questão de concentrar tudo num único dia, faça um pouquinho disso todos os dias. Assim, todo dia fica especial.

sexta-feira, junho 12, 2009

Corujice


Esse barbudinho aí é meu filho mais novo, o Guilherme.
Gostoso vê-lo iniciar sua carreira profissional como produtor executivo de vídeos e "trilheiro".
Nessa foto ele está no seu pequeno estúdio de gravação, recém inaugurado (e ainda com algum improviso), ao lado do Caio e registrando a voz da Vivi (cantora) para o CD demo da Kiwi Dilemma, a banda formada pelos três.
O entusiasmo e dedicação com que trabalha são contagiantes.
E o resultado é para deixar qualquer pai orgulhoso.

quinta-feira, junho 11, 2009

Sobre o frio

Não gosto do frio.
Como tudo, tem seu lado bom e seu lado mal.
Aqui vai a lista do lado ruim:
- As mulheres vestem mais roupa
- O espagueti esfria mais depressa
- Fica mais difícil tirar a roupa
- O molho do espagueti esfria mais depressa
- Fico sem inspiração para postar porque o espagueti esfriou e as mulheres estão vestidas.
O lado bom é lembrar que as coisas vão ficar melhores quando esquentar.

terça-feira, junho 09, 2009

Amor e gratidão

Tive o privilégio de conhecer alguém que sabe amar.
Pouca gente tem essa sorte na vida.
Ai, você me diz ... mas cada um ama do seu jeito.
É verdade. Mas como no trabalho, nos esportes, na cozinha, na arte, tem gente que faz melhor. E existem alguns poucos que fazem de forma absoluta, incontestável.
E o que significa isso quando se trata de amar ?
A base do amor, de qualquer tipo de amor, é um interesse legítimo pelo desenvolvimento, bem estar e felicidade do outro.
Não se trata de colocar o outro em primeiro lugar ou fazer sacrifícios. Quando você ama, fica feliz quando o outro está feliz. Simples assim.
Aí, cada relação tem seus complicadores. As expectativas dos pais em relação aos filhos, a exigência do apoio incondicional dos amigos, a posse e o controle do par amoroso.
E as exigências, os ciúmes, os planos futuros...
Quem ama de forma absoluta supera tudo isso e vive o momento.
Não perdoa; entende.
Não julga; aceita.
Não condena; ajuda.
Não critica; escuta.
Não esconde; partilha.
Não ensina; ajuda a aprender.
É um amor que acolhe e que respeita a liberdade de ser e de diferir.
Um amor que nos faz sentir pequenos e com vontade de crescer.
Onde a paixão, o tesão, o sexo, o carinho, a troca de olhares, as bricadeiras, todas aquelas coisas que fazem a vida mais gostosa, acontecem naturalmente.
Onde discutir a relação alivia, porque não é trocar acusações.
Um amor que não se desgasta, não acaba, porque é feito de uma sucessão de instantes infinitos, simples e especiais.
Como ia dizendo, tenho o privilégio de estar com alguém que sabe amar assim.
Serei eternamente grato pelo que já viví, e espero, com o tempo, aprender também para poder retribuir a altura.
Desejo a mesma sorte a todos meus queridos amigos da blogaldeia.
Um beijo feliz para vocês.

segunda-feira, junho 08, 2009

Reflexão procrastinada

Você não pode impedir que o(a) outro(a) conheça pessoas interessantes.
Mas pode fazer o possível para ser sempre a mais interessante...

domingo, junho 07, 2009

O dia preferido

Filosoficamente, meu dia preferido é hoje.
Mas falando de maneira genérica, se tenho que escolher um dia da semana como meu preferido, é a segunda-feira, o dia universal do procrastinador.
É o dia da semana em que você pode escolher o que fazer e deixar o resto para terça, quarta ...
Qual é o seu dia preferido ?

sábado, junho 06, 2009

Propedêutica


- Bom dia, doutor ...
- Bom dia Sr. Roberto ... aqui está sua receita e nesse outro papel anotei alguns cuidados que o senhor deve tomar ... Leia e me diga se tem alguma dúvida por favor ...
Ainda de pé e espantado, Roberto responde:
- Mas como assim, doutor ... ainda nem lhe disse qual é meu problema !!!
- Problemas todo mundo tem, senhor Roberto. O que a gente não tem é tempo a perder. Para seus problemas, procure um psicólogo. Aqui tratamos da sua saúde.
- Mas como é que o senhor pode trata da minha saúde sem saber o que eu tenho ? - já irritado.
- Ora, senhor Roberto ... diagnóstico propedêutico ...
- Propequê ?
- Quando o senhor entrou observei que a luz do sol entrando pela janela o incomodou muito, o que é um sinal claro de fotofobia. O senhor prontamente levou a mão à têmpora direita e entreabriu os lábios de forma contraída, o que indica que está com dor de cabeça. Mesmo daqui deu para perceber a boca sêca e a língua algo amarelada. Associando isso ao suor frio na sua testa e ao tom da sua pele, é perceptível que não está se alimentando e ingerindo líquidos adequadamente, provavelmente em função de crises de enjôo. Seus movimentos estão tensos e noto sinais de hiperatividade. E, para finalizar, o senhor está ficando irritado a tôa ...
Roberto, atônito, faz menção de que vai sentar na cadeira em frente a mesa do médico.
- Não precisa nem sentar, senhor Roberto ... o senhor está com uma crise de enxaqueca.
- Mas isso é uma leviandade ... o senhor não vai me mandar fazer exames ?
- Exames, meu caro senhor Roberto, a gente só deveria fazer para diagnósticos diferenciais ou quando não temos, com o perdão da má palavra, uma puta idéia do que o paciente tem. No seu caso absolutamente não é necessário. Faça o tratamento que estou lhe indicando e em dois ou três dias já estará de melhor humor.
Roberto olha para o médico, para a receita sobre a mesa, para a janela - franzindo o cenho, e diz desalentado:
- Eu não deveria nem pagar por essa consulta !
- O senhor não vai pagar ... tem plano de saúde.
- Como é que o senhor sabe ?
- Se tivesse que pagar do seu bolso, não quereria gastar dinheiro com exames desnecessários ... E se já não tivesse assinado os formulários na recepção, não estaria colocando essa sua última afirmação no condicional. Simplesmente diria que não vai pagar e pronto. Passar bem, senhor Roberto.
Roberto sai da sala batendo a porta.
Dr. Ernesto pede à sua secretária que mande entrar o próximo paciente.
Uma morena esguia, seios pequenos, lábios carnudos e voz sensual entra na sala.
- Bom dia, doutor ...
- Bom dia, dona Amélia ... Pode tirar a roupa e deitar alí na maca, por favor.
- Mas doutor, estou aqui só para a consulta de retorno por causa daquela afta, lembra ...
- Claro que lembro, dona Amélia. Mas seria muita falta de responsabilidade minha não examiná-la com calma. A estomatite aftosa é insidiosa, a senhora sabe. Melhor prevenir que remediar depois. Não tenha pressa ... É preciso saber dedicar nosso tempo para as coisas realmente importantes ...

sexta-feira, junho 05, 2009

Procrastinadores e Postergadores

"Hodie mihi, cras tibi" : hoje é para mim, amanhã é para você (latim).
Procrastinar é uma palavrinha pouco conhecida, habitualmente utilizada por políticos mais educados quando querem dizer, agressivamente, que alguém está tentando empurrar alguma coisa "com a barriga", ou seja, deixar para depois ou evitar que aconteça.
Já "postergar" é usada como sinônimo elegante de um adiamento.
Curiosamente, a etimologia dessas palavras indicaria o contrário.
Procrastinar (pro= a favor, cras= dia seguinte) é deixar para o dia seguinte.
Postergar é deixar para a posteridade (posteritátis= tempo futuro), ou seja, sem data definida.
Nesse sentido, depender de alguém que posterga seria muito pior do que de alguém que procrastina ...
E o mundo anda cheio dos dois.

quinta-feira, junho 04, 2009

Frase da noite

Estatísticas não vendem jornais, mas vendem anúncios. (FF)

(inspirada pelo comentário do Ernesto)

A frase do dia ...

"...Uma "explosão" de palavras incisivas de gigantismo admirável no aspecto verbal de uma significação imensa."

(de um senhor "Pena", lá no blog do Tapadinhas, comentando nosso encontro).

A primeira vez ...


Nunca pilotei um avião. O especialista aqui na blogaldeia é o Ernesto.
Mas como viajante frequente, sei reconhecer a experiência e a qualidade de um piloto durante a aterrisagem.
Ontem, no vôo da American Airlines, de Porto Rico para Miami, vivi uma experiência curiosa.
Durante o procedimento de aproximação para aterrisagem, percebi que a potência das turbinas oscilava muito mais do que o habitual. Claramente, quem pilotava o avião estava tentando corrigir a altitude e o avião "ondulava" a caminho da pista.
Como não parecia que a aeronave apresentasse nenhum problema grave, fiquei imaginando o que estaria acontecendo na cabine de comando. Claro que as hipóteses mais maliciosas não foram descartadas.
Já na cabeceira da pista, perbebi o mesmo esforço primário para corrigir o alinhamento horizontal da aeronave, que balançava festivamente suas asas.
Quando as rodas tocaram o chão, pelo menos uns 40% da pista já tinham sido deixados para trás e o piloto teve que caprichar na reversão das turbinas e no freio.
Dentre as hipóteses plausíveis, escolhi a possibilidade de uma das aeromoças ter sido convidada para pousar o avião pela primeira vez, visto que aquele não havia sido um pouso "profissional".
Quando estava saindo do avião, a porta da cabine de comando se abriu e tive a chance de ver uma mulher deixando o assento do co-piloto, sem o quepe e a jaqueta característicos da função.
Não posso jurar que era uma aeromoça.
Mas como não tenho nenhuma razão para imaginar que uma mulher seja menos capaz para pilotar um avião do que um homem, aposto que não era uma pilota.
Certamente, era uma amadora (o que, talvez, explique tudo).

quarta-feira, junho 03, 2009

O cotidiano e o efêmero

Caiu mais um avião. Uma tragédia, sem dúvida, com mais de 200 vítimas fatais.
Fato raro, efêmero e traumático. Por isso, ocupará as páginas dos jornais por alguns dias, talvez semanas.
Nesse mesmo momento, a OMS está para divulgar um estudo que aponta a ocorrência de mais de um milhão de mortes por ano no mundo em decorrência de acidentes automobilísticos.
Isso equivale à queda de 10 aviões por dia, todos os dias.
Os jornais irão publicar uma nota, provavelmente na quarta página do caderno internacional, sobre o assunto.
Coisas do cotidiano.

terça-feira, junho 02, 2009

Marketing de definição

De uma conversa com o Guilherme (meu filho) e de algumas apresentações que assisti no congresso, me ocorreu elaborar uma classificação para os diversos tipos de marketing.
Guilherme mencionou uma definição postulada em um livro que estava lendo, que contrapunha o "marketing de difusão" (propaganda na TV, por exemplo) ao "marketing de permissão" (quando você autoriza alguém a te enviar uma mensagem ou um catálogo).
Marketing é a diciplina mais indiciplinada para conceitos. Todo mundo se sente no direito de criar novas definições que sirvam ao seu propósito.
Eu acho isso fantástico, até o momento em que o sujeito começa a levar a sério suas próprias definições. E piora quando ele começa a se irritar porque os outros não levam a sério. Mas a liberdade e a autoridade para criar merecem ser congratuladas.
Eu mesmo vivo definindo coisas.
No ano passado mesmo criei os termos "interruptiva-autista" e "interativa-fractal" para definir conceitualmente a velha e a nova propaganda.
Andei sugerindo o termo "marketing de contextualização" para nominar as técnicas específicas de posicionamento de marcas em redes sociais. Me parece melhor do que "buzz marketing". A letra "z" dobrada no final me dá aflição (trauma de pernilongos).
Mas ninguém tem dado muita bola para os nomes que invento.
Provavelmente porque não tenho publicados livros.
Uma definição em um livro é coisa séria, segura. Você pode repetir sem receio.
Já reparou como os profissionais tem medo de citar a Wikipedia como referência ?
Nos EUA, cada vez que um sujeito cria um nome novo para algo ligado a marketing, publica um livro.
A receita é sempre a mesma: título enigmático e/ou engraçado, uma introdução dizendo que aquele conceito explica tudo e que sua vida vai mudar quando entender o que ele significa, uma série de exemplos de empresas que estavam aplicando o conceito (sem saber e mesmo antes do autor haver inventado) e tiveram muito sucesso e alguns outros de empresas que não aplicaram e se deram mal.
Falta-me paciência para ler ou escrever coisas assim.
Prefiro trocar idéias com vocês aqui no Arguta.

segunda-feira, junho 01, 2009

Sozinho na multidão (uma reflexão)


Na noite do coquetel e do jantar em Barcelona, quando cheguei à beira da piscina, me dei conta de que não conhecia nenhuma das 350 pessoas que lá estavam.
Não é um fato comum.
Normalmente participo de congressos onde conheço boa parte das pessoas e, algumas delas há anos. Isso quando não vamos em "comitiva", para apresentar papers compartilhados.
Mas naquela noite foi assim.
Eu fiquei lá parado, à beira da piscina, ouvindo dois rapazes tocando violão com o bom e velho ímpeto espanhol e pensando se iria embora ou ficava para o jantar.
Não estava com vontade de socializar profissionalmente. E embora precisasse jantar, uma certa carência afetiva indicava que não me faria bem sentar numa mesa com mais 7 desconhecidos (e conhecidos entre sí).
Foi então que ví Ramona e Alina, e decidi puxar papo.
A decisão foi baseada em alguns fatores. Queria jantar, não queria jantar sozinho e não queria companhia muito formal. Elas estavam vestidas de maneira casual e pareciam receptivas.
Enquanto olhava para as duas, o olhar da Ramona cruzou o meu. Dei um leve e educado sorriso acenando a cabeça (como cabe em coquetéis de negócios) e percebi depois, de canto de olho, que ela fez algum comentário sobre mim com a Alina.
A vantagem de ter um nível razoável de auto-estima, é que não me passou pela cabeça que o comentário fosse algo como "veja que tipo ridículo alí sozinho", e menos ainda que isso fosse dito em romeno.
Bem, certamente foi em romeno. Talvez tenha errado no conteúdo também. Mas acabei puxando papo com as garotas, elas foram super-simpáticas comigo, o jantar foi agradável e nossa blogaldeia expandiu-se para outras latinidades.
Mas quando voltei para o quarto (sozinhos, senhoras), recebi um mail informando que um rapaz que trabalha para empresa em Miami teve uma crise séria de cólica renal e teve que ser internado em um hospital.
Como sou dado a episódios quinquenais de cólica renal, sei bem o que é isso.
E fiquei pensando como seria ter uma crise alí, entre 350 desconhecidos, sem minha irmãzinha e seu arsenal de anestésicos, sem a namorada, sem os filhos, os amigos, sem ninguém a quem você pudesse entregar o seu desespero e pedir para ser acolhido.
Essa possibilidade, no meu caso, não é remota, embora nunca tenha acontecido nada parecido tão longe de casa e sozinho.
Concluí que é preciso uma de duas coisas para fazer esse tipo de viagem: coragem ou ignorância ...